domingo, 3 de janeiro de 2016

A CIDADE









A Cidade está ali... Lá fora!
Da varanda consigo vê-la.
Ela sorri pra mim, entre as luzes que a iluminam e me desafia!
Fala comigo como se fosse velha amiga, enquanto, na verdade,
Ela me arrosta, imprime pavor e me tranca aqui.

O copo de uísque, gelado, enche a mesa de água.
Ele até me alivia, mas a mente continua lá... Nela... 
Na velha e irretorquível incógnita.
Onde? Quando? Como? Quem?
Não, não são dúvidas! São respostas que busco.
São essências que intento.
Não as alcanço com a velocidade que quero e, 
Por isso, fico ansioso.
E a cidade, ainda, ali...

O tempo passa.
Eu, sentado aqui, tento me organizar.
Escrevo para tanto.
Traduzo o que penso.
Fico calado. Escuto o silêncio.
E o copo se esvazia.

São palavras... Eu sei.
Desconexas... Também sei.
Talvez você não as entenda... Eu sei.
Mas são para você... Também sei.
Você sabe? Não? 
Mas finja que sim, porque são para você que agora as lê.
A cidade e o copo e o corpo e a alma... Ainda, aqui.