Existe
um adágio budista que diz, mais ou menos: se para cada momento triste existe um
momento feliz que a ele se equivale, e vice-versa, não há motivos pra escolher
a tristeza. Parece mesmo que a felicidade seja uma escolha. Todavia, difícil de
ser feita. Às vezes tenho a impressão que existe dentro da gente uma inclinação
natural a optar pelo estado tristonho e refugar o sorriso, como que fosse uma
necessidade, a qual nos conduziria a nos sentirmos, paradoxalmente, vivos. É um
contrassenso constatar isso, mas não deixa de ser um argumento válido, porque
não se vive estando afundado na tristeza ou em sentimentos negativos, os quais
nos conduzem pra destrutividade, pra inutilidade e total perda de tempo. É uma
falsa impressão, na verdade, que nos traz a sensação de estarmos no centro das
atenções, quando, ao invés, nos prostramos marginais, em busca de um alento
qualquer, a nos conduzir a um reconforto desejado. Os dias são duros, eu sei;
mas para vivê-los, indispensável uma boa dose de otimismo e aceitação dos
obstáculos que se interpõe em nossa jornada, de modo a vê-los, não como
entraves, mas, sim, como instrumentos assestados a um crescimento espiritual e
ao alcance de um nível de autoconhecimento imprescindível à felicidade plena.
Sim, a felicidade plena é possível, desde que não confundida com a ideia
onírica do “final feliz” contado nas estórias infantis. Como conquistá-la? A
essa pergunta, responderia um monge zen-budista: caminhe. Já eu: viva... Ou
sorria! Força e fé sempre pelo caminho!